Como funciona a lipoaspiração?

A lipoaspiração consiste na aspiração da gordura abaixo da pele através de uma cânula ligada a um aparelho de vácuo. O objetivo deste tipo de cirurgia é a diminuição da gordura localizada e, ao contrário do que pode pensar o público mais leigo, não se trata de uma cirurgia para reduzir a obesidade, mas sim para valorizar o contorno do corpo. Nesse sentido, o paciente ideal para este tipo de cirurgia é aquele que está um pouco acima do seu peso e possui regiões do corpo com gordura localizada.

A grande diferença entre lipoaspiração e lipoescultura está em que a gordura removida na primeira não é mais utilizada, sendo descartada. Já na lipoescultura, a gordura em excesso que é removida do paciente pode ser utilizada – através de uma técnica de injeção – para outros fins, como preenchimento de glúteos e correções de imperfeições na pele e no rosto.

Quem pode fazer lipoaspiração?

Para poder fazer a lipoaspiração é necessário que o paciente apresente boa condição de saúde, peso adequado e não possua flacidez de pele.

Na programação da cirurgia é fundamental uma avaliação clínica completa e exames pré-operatórios para avaliar a condição de saúde do paciente.

Pacientes que se encontram muito acima do peso (IMC>30) devem emagrecer antes de serem submetidos ao procedimento.
Já pacientes que possuem muita flacidez de pele não são bons candidatos para este tipo de cirurgia, pois este procedimento apenas remove a gordura e não trata a flacidez de pele. Existe uma modalidade que age melhorando a qualidade e flacidez da pele – a lipoaspiração a laser.

Qual o melhor tipo de anestesia?

Ela pode ser realizada com anestesia local, raquianestesia, peridural e anestesia geral. Não existe o melhor tipo de anestesia e sim, o tipo mais apropriado para cada caso. A modalidade de anestesia que será utilizada depende das regiões que serão lipoaspiradas. Nos casos em que se pretende lipoaspirar poucas regiões, com programação de se retirar pouca gordura, pode-se realizar anestesia local. Naqueles casos em que mais áreas serão tratadas, a anestesia local pode não ser suficiente e nestes casos, pode-se realizar anestesia peridural ou anestesia geral.

Como é feita a lipoaspiração?

É realizada por pequenas incisões de 0,5 cm que são cuidadosamente posicionadas em locais escondidos.

Após a incisão, é realizada a infiltração da solução tumescente. Ou seja, antes de realizar o procedimento, é injetada na gordura que será retirada uma solução contendo soro, adrenalina e anestésico local. Essa solução tem 3 funções principais:

1. Inchar (tumescer) as células de gordura e assim facilitar a retirada de gordura. Esta é a origem do termo lipoaspiração tumescente.

2. Reduzir o sangramento. A adrenalina tem ação de vasocontricção, ou seja, diminui o calibre dos vasos sanguíneos e, portanto, reduz o sangramento.

3. O anestésico local ajuda a reduzir a dor no pós-operatório imediato.

Logo após a infiltração inicia-se a lipoaspiração através da introdução da cânula acoplada a uma bomba de vácuo. Através de movimentos de “vai e vem”, a gordura é removida.

Ao final da cirurgia as incisões são suturadas e coloca-se a malha compressiva. A paciente permanece por 12 a 24 horas internada, dependendo do volume de gordura retirado.

Quanto de gordura pode ser retirado?

O volume de gordura que pode ser retirado é limitado pelo peso da paciente e pela técnica utilizada. Na lipoaspiração tumescente o volume máximo de gordura que pode ser retirado é de 5% a 7% do peso. Por exemplo, em uma paciente de 70 kg, a quantidade máxima de gordura que pode ser removida varia de 3500 ml a 4900 ml.

Além da limitação do volume, existe uma limitação da quantidade de regiões que podem ser lipoaspiradas em uma única cirurgia. Recomenda-se não ultrapassar de 40% da superfície corpórea em uma única cirurgia.

Como é a recuperação?

No pós-operatório é recomendado o uso de uma malha compressiva por um período de 4 a 6 semanas. A função da malha compressiva é manter a pele em contato com a musculatura para que ocorra a cicatrização da área descolada.

Após 3 a 5 dias da cirurgia recomenda-se iniciar a drenagem linfática. Em média 10 sessões, realizando duas sessões por semana. A associação de drenagem linfática e ultrassom podem ser realizados para ajudar na melhora das áreas endurecidas.

Os pontos são removidos após 5 a 7 dias. São poucos pontos, já que as incisões são pequenas.

Nas três primeiras semanas ocorre redução rápida do inchaço e percebe-se a formação de áreas endurecidas nas regiões lipoaspiradas. À medida que a cicatrização evolui e o inchaço se reduz ocorre desaparecimento das áreas endurecidas. O resultado definitivo da cirurgia ocorre após seis meses da cirurgia.

Após 7 a 10 dias os pacientes conseguem retornar ao trabalho. O retorno às atividades físicas poderá ser feito após um mês de cirurgia. A exposição solar deve ser evitada até dois meses após a cirurgia.

Quais os riscos da lipoaspiração?

Não existe nenhum procedimento cirúrgico que é isento de riscos. A lipoaspiração é a segunda cirurgia plástica mais realizada, perde apenas para a prótese de mama. Suas principais complicações são: seroma, sangramento, irregularidades, assimetrias, trombose, embolia ou complicações anestésicas. A melhor forma de prevenir complicações é realizar a cirurgia com um cirurgião plástico membro da Sociedade Brasileira da Cirurgia Plástica. Escolha um médico por indicação e procure suas referências. Deve-se evitar escolher o médico ou mesmo o hospital que será realizado a cirurgia pelo preço ou condições de pagamento.